terça-feira, 30 de novembro de 2010

A poética do Cotidiano

Caro amigo,
Encerramos hoje o ciclo sobre "A poética do Cotidiano",
 com Eduardo Machado.
O poema será:
“O correr da vida embrulha tudo,
A vida é assim: esquenta e esfria,
Aperta e daí afrouxa,
Sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem”.
João Guimarães Rosa
30 de novembro, terça-feira, às 20 horas.

5º DIA DA NOVENA DE NATAL !!

NOVENA DE NATAL 2010
- construindo o Presépio para acolher Jesus –
5° dia

Oração de Acolhida               


Senhor nosso Deus, que nos visitas assim, Menino.
Dá-nos aprender de vós a simplicidade
Que se faz brilho e beleza,
A fragilidade que se faz força e poder,
A serenidade que se faz ternura,
A quietude que se faz paciência


Transforma nosso coração em manjedoura
Que nossos braços e mãos possam ser, como os de Maria
Aconchego e cuidado com todos os meninos e meninas
De todas as idades, do mundo todo
Em especial os que nascem e vivem perto de nós


Que nosso olhar seja como o de José
Sereno e firme
Livre e confiante
Sabendo exatamente o que deve e precisa ser feito
Para o Natal, de verdade, acontecer.


Ilumina nosso caminho com o brilho da vossa estrela
Inspira em nosso coração a generosidade dos magos
A hospitalidade dos pastores
O calor dos animais que, na sua irracionalidade
Foram testemunhas silenciosas do milagre maior


Deus se fez um de nós
A eternidade vestiu-se de Tempo
O Todo Poderoso mergulhou em nossa limitada humanidade
E o Universo se fez Altar.


Diante da humildade do Presépio podemos vislumbrar em nós, com Ele
As centelhas de divindade que refulgem em nossa alma
Desde o Gênesis


Amém!
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Meditação do quinto dia – “José”


“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. Foi a uma virgem prometida em casamento a um homem chamado José, que era desecentente de Davi...”
Lucas 1,26-27






José


Composição: G. Moustaki / Versão: Nara Leão
Interpretação de Rita Lee - (http://letras.terra.com.br/rita-lee/100812/)





Olha o que foi meu bom José
Se apaixonar pela donzela
Entre todas a mais bela
De toda a sua galileía
Casar com Deborah ou com Sarah
Meu bom José você podia
E nada disso acontecia
Mas você foi amar Maria
Você podia simplesmente
Ser carpinteiro e trabalhar
Sem nunca ter que se exilar
De se esconder com Maria
Meu bom José você podia
Ter muitos filhos com Maria
E teu oficio ensinar
Como teu pai sempre fazia
Porque será meu bom José
Que esse seu pobre filho um dia
Andou com estranhas ideias
Que fizeram chorar Maria
Me lembro as vezes de você
Meu bom José meu pobre amigo
Que desta vida só queria
Ser feliz com sua Maria


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Carta a um pai ausente


Sabe pai,


Está muito difícil fazer a travessia desse momento. Há tantas perguntas no meu coração que nem sei por onde começar. O que sei é que estou crescendo, aprendendo com a vida, e sinto sua ausência, sua distância. É que a vida começa a cobrar certas coisas das quais tenho medo, sinto-me inseguro de enfrentar sozinho.
Eu sei que não estou realmente só. Posso contar com muita gente que gosta mesmo de mim. Mas a solidão a que me refiro é diferente. É uma solidão que só a sua presença pode preencher. Não estou fazendo chantagem emocional, nem apelando para sentimentos que nem sempre tivemos tempo para cultivar. Estou abrindo meu coração para lhe dizer: ESTOU PRECISANDO DO MEU PAI.
Eu ainda guardo na memória a experiência de momentos que meus afetos não esqueceram. A imagem que guardo, mesmo que meio embaçada, é de uma pessoa com quem pude viver momentos e experiências que agora estão fazendo falta.
Outro dia, conversando com mamãe, senti nela muita aflição e angústia. Sei que ela quer me ajudar mas nem sempre sabe o jeito. Há certas coisas que é mais fácil e natural numa conversa de pai pra filho.
Admiro muito a mamãe, a coragem com que ela assumiu o desafio de nos educar, seu jeito exigente, às vezes explosivo, mas que, no fundo, só quer fazer de nós uma família inteira e feliz.
Não posso questionar a separação de vocês e nem tenho este direito. É um realidade que pertence a vocês, apesar de envolver a todos aqui em casa. Vamos ter que superar e reintegrar nossa história, mas, por enquanto, no meio disso tudo continuo eu, meio perdido, querendo encontrar certas respostas que sinto estarem guardadas com você.
Afinal, um ex-marido não precisa ser um ex-pai. Aliás, ex-pai acho que nem existe.
Sei também que a paternidade não é apenas um acaso biológico. Sei que existo por um ato de amor e é em nome deste amor que lhe escrevo esta carta com jeito de desabafo.
O que mais me dói é sentir que estou perdendo a oportunidade de conviver com você que ficou na minha lembrança em forma ternura, de um ser humano bonito e, hoje, é ausência e saudade.
É isto que estou buscando resgatar: o ser humano que se esconde na pessoa do meu pai ausente.
Fico triste ao constatar que não nos vemos há tanto tempo. Não é justo comigo nem com você. Podia ser diferente entre nós. Merecemos mais tempo e amor.
Quer tal ligar de vez em quando, convidar para sairmos, bater um papo, ir ao futebol, falar de coisas sérias, importantes e outras que não tem nada a ver, só pelo prazer de estarmos juntos.
Queria me sentir mais seu filho...
Queria que você se sentisse mais meu pai...
Ainda há tempo.
Que tal se nós...


Eduardo Machado

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mais um presente do Eduardo Machado.

Mata-mata ou pontos corridos?

Não, não estou falando sobre a melhor forma de disputa do campeonato brasileiro de futebol. Deixo isso para os especialistas, como o Galvão Bueno, que é a favor do mata-mata (mais uma razão para eu torcer pelos pontos corridos). Aliás, sobre isso escrevi uma crônica em 2003, quando o meu Cruzeiro foi o primeiro campeão brasileiro num torneio disputado por pontos corridos, no qual todo mundo joga contra todo mundo, em casa e no campo do adversário, ganhando quem fizer mais pontos.
Parece lógico, mas não é bem assim. Aliás, a lógica é outra, na cabeça dos cartolas e empresários do ramo, incluída aí a Rede Globo do Galvão.
Lembrei-me da discussão ao assistir, na TV, ao noticiário sobre a explosão de violência no Rio de Janeiro. Cenas de guerra, dois exércitos em confronto, um cenário de medo, terror e brutalidade.
Em casa, a torcida é pelo mata-mata. A plateia chega a salivar de satisfação quando um bandido em fuga é atingido e tem que ser arrastado por um comparsa. Corta pra outra cena: um blindado dribla as defesas do tráfico, passa por cima das barreiras em chamas, é quase um grito de gol.
Dos pontos de venda de drogas, bandidos corridos...
A mídia destaca que o momento é decisivo. Estamos numa encruzilhada. Hora de definir, como diria o Capitão Nascimento, “quem manda nessa merda!”.
A instalação nas favelas do Rio das Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, é a resposta (antes tarde do que nunca) do Estado ao poder paralelo do chamado crime organizado. Ao ver a desorganizada fila de bandidos fugindo morro acima, como formigas expulsas do formigueiro, não posso deixar de pensar: a merda, ou o buraco, é mais em cima...
Os criminosos em fuga deixaram para trás armas, munições, granadas e mais de uma tonelada de maconha prensada. Uma tonelada...
Quem fuma essa montanha? Os bandidos fugitivos, de chinelos nos pés, os “pés de chinelo?”.
Quem organiza e comanda essa máfia? Marcinho VP, preso aos 19 anos e, hoje, 11 anos depois, ainda trancafiado numa cela de segurança máxima no Paraná? Ou o Elias Maluco, assassino do repórter Tim Lopes, também enjaulado num presídio federal?
Quem move a roda viva da morte; maconha, cocaína e crack?
O discurso na mídia é: O Bem, enfim, vai vencer o Mal. Como definir, nessa realidade confusa e esgarçada do Rio de janeiro, as fronteiras entre Bem e Mal?
Na mesma semana em que o Rio pegou fogo, outro bandido ganhou o benefício de progressão de pena. Condenado a 13 anos de prisão, cumpriu dois e, agora, já pode sair durante o dia para trabalhar (?) e só voltar à penitenciária para dormir. Mais um ano e ganha liberdade condicional. Vida quase normal.
Quem é o feliz meliante? Salvatore Caciolla, o ex-banqueiro, que usou seu Banco, o Marka, para dar um bilionário tombo no mercado. Dois anos de prisão... e não me consta que tenha devolvido algum, da grana que arrecadou com a fraude.
Voltando ao futebol; no sistema de pontos corridos um campeonato pode ser decidido no primeiro jogo. Este ano três times chegam à penúltima rodada com chances de conquistar o título. Entre eles, o meu Cruzeiro. A torcida reclama do apito amigo, juízes que tem certa preferência por times como um certo Corinthians. Pode até ser verdade, mas o Cruzeiro, se não for campeão, não será por causa do pênalti duvidoso marcado a favor do time paulista. Terá perdido a taça naquele ponto perdido, num jogo perdido, lá no início, ou no meio do campeonato. Essa é a graça, ou a des-graça dos pontos corridos; somados, ao longo do tempo, todos eles valem.
Voltando à guerra; para chegar à situação atual, o Rio de Janeiro vem acumulando pontos há muito tempo. Talvez desde 1946, quando um decreto-lei tornou ilegal o jogo do bicho.
Como sabemos, a lei não pegou e a contravenção se alastrou sob o olhar complacente e cúmplice das ditas autoridades constituídas. A partir dos anos 1960, o poder dos “banqueiros”, não dos Cacciola, mas os “do Bicho”, se amplia quando resolvem lavar a grana “investindo” nas Escolas de Samba cariocas. Vem a era de ouro de Castor de Andrade, Capitão Guimarães e outros barões do “vale o que está escrito”.
O que não se escrevia é que o dinheiro do bicho gerava corrupção, que exigia mais dinheiro, e para ganhar mais dinheiro era preciso conquistar mais territórios, multiplicando os “pontos”, não os corridos, mas os de venda de apostas.
Os chefões foram pra guerra. Se armaram, se mataram, mandam e desmandam até hoje. No vazio do Estado desmoralizado, cúmplice, corrupto e corruptor, veio o tráfico de armas e, finalmente, de drogas. Toneladas de drogas para o pessoal da Zona Sul que assiste, hoje, assustada, ao desfile do tráfico, corrido, em busca de outros pontos.
E na Zona Sul, a turma do mata-mata já está se agitando. “Bandido bom é bandido morto”, vão dizer. E eu me pergunto: pena de morte pra quê, se ela já vigora no Estado sem lei das favelas do Rio?
Mas, se é pra ter pena de morte, que seja, então, pra todo mundo. Para os bandidos e para os fabricantes de bandidos. Regime chinês. Um único tiro na nuca e a família paga a bala.
Elias e Marcinho VP estão na fila. Atrás deles, os Cacciola, Barbalhos, Sarneys, Sanguessugas, Aloprados e outros menos cotados. Olha o empurra-empurra!
O capitão Nascimento chega pra por ordem na casa:
“Não empurra não, ô maluco, tem bala pra todo mundo...”.


Eduardo Machado
26/11/2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Convite do Centro Loyola

"Tu és o Senhor da justa proximidade
do sacramento necessário
que nos permite irmos fazendo-nos
sem tanto frio e noite
que nosso barro fique cru,
nem tanto sol e meio dia
que teu fogo nos calcine."
Benjamin González Buelta


Queridos amigos,

é com muita alegria que o Centro Loyola convida vocês e seus amigos para a nossa programação do próximo sábado, dia vinte e sete de novembro:

. 08:30 às 12:00
  Manhã de formação:
 O rosto feminino do reino.
 Pe. Ulpiano Vázquez Moro


. 14:30 às 18:00 
 Tarde de Espiritualidade:  
  "O Amor é luz a clarear o mundo." 
  Frei Paulinho

Estamos esperando por vocês.
                               
Um beijo carinhoso da
Equipe de Espiritualidade do Centro Loyola

Já se inscreveu ?

A Jornada de Aprofundamento será no dia 28/11, na Vila Fátima.
Começa às 8h30min, com um café, e vai até às 16h.
O custo é de R$45,00 por pessoa (café da manhã, almoço e lanche à tarde).
Confirme sua presença no email: jornadainacianadeacolhida@gmail.com ou pelos telefones da APL: 3337-7700 ou 9615-6870.
 
 

Grupo dos 5 da JIAC 2011 já está formado !!

Olá pessoal!
O Grupo dos 5 da JIAC 2011 já está formado !
O  Casal Coordenador Geral já foi convidado e aceitou o convite.
Parabéns a essa linda Equipe e que Santo Inácio os abençoe.
A semente foi plantada e temos certeza que colheremos lindos frutos.


GRUPO DOS 5 :
 -Casal Montagem
  Chico e Helenice
-Casal Palestra 
  Fábio e Júnia
-Casal Fichas
  Marcelo e Beatriz Bax
-Casal Patrimônio
  Raul e Fátima
-Casal Pós-Encontro e Círculo
  Magnus e Luciana

-Casal Coordenador Geral:

Pedro e Lílian