Novena de Natal 2012 8°
Encontro
“Andar com fé
eu vou...” Canto
de Acolhida
Tocando em Frente
Almir Sater
https://www.youtube.com/watch?v=QNNwIsALb08
Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe,
Só levo a certeza, de que muito pouco sei,
Ou nada sei
REFRÃO Conhecer
as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro, levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
REFRÃO
Todo mundo ama, um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, e no outro vai embora
Um dia a gente chega, e no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
REFRÃO
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Leitura do dia –
Tiago, 2,14-18 – “Fé em
ação, ação de fé”
Meus irmãos: que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em
prática? A fé seria então capaz de salvá-lo? Imaginai que um irmão ou uma irmã
não têm o que vestir, que lhes falta a comida de cada dia; se então alguém de
vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos”, ou: “Comei à vontade”, sem lhes dar
o necessário para o corpo, que adiantará isso?
Assim também a fé: se não se traduz em obras, por si só está morta.
Em compensação, alguém poderá dizer: “Tu tens a fé e eu tenho as obras!”.
Então, mostra-me a tua fé sem as obras, que pelas minhas obras eu te mostrarei
a minha fé!
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PARTILHA DA PALAVRA
Para aprofundar
A
Fé e as obras
O Natal, mistério da Encarnação, revela, em Jesus,
um Deus que se faz Homem, assume nossa História e coloca-se a serviço do
projeto de libertação de cada pessoa humana. A Igreja, herdeira da missão de
Cristo, deve ser, portanto, uma comunidade de serviço e a serviço.
O serviço ao
próximo, em especial ao mais necessitado, é, portanto, consequência natural da fé
cristã. Mas, que tipo de ação a Fé nos pede?
Adultos,
alguns afastados a tempos da Igreja, passam por experiências de “conversão” via
encontros de casais ou outros semelhantes, onde há um impacto inicial imenso.
Dose fartas de
emoções vividas durante o Encontro, depoimentos, cartas de parentes, palestras
impactantes, surpresas, e temos como resultado um grupo de pessoas com
disposição para mudar o mundo!
Mas, passado o primeiro momento... se a semente não tiver tempo ou
condições de estender suas raízes em
busca de seiva mais profunda, seca, morre, é devorada pelos passarinhos...
Jesus levou cerca de três anos ‘formando’ sua comunidade, estreitando
os laços entre os homens que dariam início à caminhada da Igreja. Não foi muito
feliz, no início. Foi preciso uma mãozinha do Espírito Santo, em Pentecostes.
Num grupo, dinâmicas
de entrosamento, textos bíblicos e outros que facilitem a partilha de
experiências de vida onde as pessoas se dão a conhecer, esses devem ser os
primeiros passos de uma comunidade cristã.
Mas o
essencial está na maior fonte de energia para a caminhada: a vida espiritual.
Passado o entusiasmo do Encontro, é “preciso tocar em frente”. A vida interior,
a experiência diária da oração pessoal, a vivência dos sacramentos, vão apontar
a direção, o rumo. Daí vai surgir, naturalmente, a necessidade de conhecer
melhor sua Religião, a Palavra de Deus, os mistérios centrais da fé cristã. E tudo
leva à tradução natural da vida interior, o gesto de solidariedade, a prática
da justiça, o serviço solidário.
Apesar
disso, tenho visto muitos grupos atropelarem esses passos. Talvez pela
necessidade de recuperar o tempo perdido, querem logo construir uma ação
conjunta, adotar uma creche, visitar um asilo, arrecadar cestas básicas, ir a
um hospital. Não poucas vezes, depois de um início cheio de entusiasmo, o grupo
acaba por desanimar e se desfazer, sem que seus membros tenham tido tempo
sequer de se conhecer melhor.
Há aqueles que
usam o serviço solidário até como remédio para as crises do grupo. Se o clima é
de desânimo, falta motivação, as reuniões estão monótonas, sempre parece alguém,
super bem intencionado, sugerindo alguma ação como as descritas acima para
sacudir o ânimo do pessoal, para dar um novo alento. Sem julgar intenções, que
podem ser as melhores possíveis, mas ações desse tipo, além de frequentemente
inúteis, podem também ser, de certa forma, cruéis. Podemos acabar ‘usando’ o
idoso no asilo, a criança na creche, o mendigo na rua para aliviar as nossas
próprias tensões e até sentimentos de culpa.
Num grupo de
leigos, pode haver alguém com sensibilidade, jeito e paciência para lidar com
idosos, outro com crianças. Um consegue manter a calma e a serenidade numa
enfermaria de hospital, há quem não pode nem ver uma mancha de sangue...
Vincular todos
os membros do grupo a uma mesma experiência ou ação de solidariedade, mais que
um equívoco, pode ser até um desrespeito ao jeito de ser de cada um.
O grande
espaço do serviço solidário, o lugar onde somos chamados a ser sinal amoroso e
fraterno da presença de Deus, é o cotidiano em que vivemos. Na experiência
familiar, no nosso trabalho, na relação com as pessoas conhecidas, próximo que
está mais próximo... é aí que devemos
viver o nosso apostolado primeiro. E é onde é mais difícil...
É mais fácil
ser caridoso com desconhecidos do que com aqueles que estão ao nosso lado,
dividindo os desgastes do cotidiano.
Pode até ser
que, uma vez ou outra, o grupo possa participar unido de um trabalho comum.
Pode até ser que todos os membros tenham condição financeira para contribuir
com a manutenção de uma entidade. Tudo isso é possível, mas será sempre um
complemento. Um grupo de vida cristã reúne-se para partilhar uma caminhada de
vida que, apesar da expressão social e comunitária, é pessoal.
Deus me
conhece pelo nome. Ele me fez único, raro e precioso.
Fazer-me um
ser humano cada vez melhor é o maior ato de fé, o maior gesto de solidariedade
que posso oferecer à humanidade. O grupo existe para ajudar-me nessa
construção.
Eduardo Machado
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Para rezar até o próximo encontro
João 6,35-40
Oração pessoal:
louvar, agradecer, pedir, oferecer... (preces espontâneas)
Oração da
comunidade
Senhor nosso Deus, que, por ser amor, quis ser
Trindade, e que, por ser Trindade é, desde sempre, família; abençoa nossas
famílias.
Abençoa a cada um de nós que faz essa caminhada.
Semeia em nosso coração os dons da fé, da esperança e
da caridade. E que os frutos sejam abundantes na seara da nossa vida.
Ensina-nos a crer para ver. E que, vendo, tenhamos a
coragem de testemunhar.
Abençoa a nossa comunidade e a cada um de nós,
ensinando-nos a amar como nos amas, sem cobranças ou condições, a não ser o
próprio amor. Amém!
Eduardo
Machado/novembro de 2012