quinta-feira, 26 de maio de 2011

Aprendendo poesia...

Nunca imaginei poder participar de um Sarau de Poesias...e você ?
Sarau prá mim era coisa de Colégio, coisa de intelectuais...
E aí fui fazer os Exercícios Espirituais de Santo Inácio com Padre Onofre e de repente me vi no Teatro Sesiminas assistindo Adélia Prado recitando suas poesias junto a Orquestra Sinfônica de Minas.
Ali percebi que a Poesia era também uma forma de Orar.
E me encantei como Adélia Prado falava em suas poesias dos meus sentimentos.
Anos depois, numa Confraternização da Equipe de Cozinha da JIAC assisti um Sarau , eram acolhedores que partilhavam sentimentos através de suas poesias preferidas.
E agora quero fazer uma confissão: Viciei !
Não consigo viver sem poesia.
Até o Chico,meu marido, tá amando essa história.
Nesse último sábado fizemos uma festinha surpresa para a Tércia, chegamos na casa dela com tudo pronto e aí ao invés de ficarmos a noite toda só comendo, bebendo e conversando, resolvemos ler poesias.
No caso da Beatriz: declamar poesias.E como é gostoso ouví-la !!!
Oh Meu Deus ! Que delícia!!
Que coisa mais linda.A vida fica mais prazerosa, a semana começa diferente, as amizades se fortalecem.
Parece que mesmo encontrando aqueles problemas cabeludos na segunda feira, estamos mais fortes para enfrentá-los.
Estou aprendendo, ainda não consigo decorar, apesar de que Marcelo me ensinou que a gente não decora com a cabeça , a gente DE-CORA com o CORAÇÃO.
Bjim...Gi.

Manoel de Barros: Teoria da Incompletude

 

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.

4 comentários:

  1. Linda a poesia do Manoel de Barros. Também me sinto como ele, incompleto. Por vezes me pego na rua, olhando a face das pessoas que cruzam meu caminho, seus olhos. Aí penso: "se eu a conhecesse, que parte de mim ela me revelaria?". Beijos.

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  2. "Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito."

    Não somos apenas aquilo que conseguimos colocar em nossas palavras. O mal-estar vem de achar que esse é o caso.

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  3. Adorei Gi!!! :) bjo Paulinha

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  4. Querida Gi, quanta delicadeza nessa pessoa linda que é você, revelada a nós a cada dia nesse blog, na missa, nas festas e saraus! Como viciada-mor em saraus, encanto-me cada vez mais com a Poesia, musa que fala direto ao coração. Manoel de Barros? Amo. Como amo Pessoa, Adélia, Vinicius. Outros que nem conheço direito eu já amo. Os que não conheço direito? CDA, os ingleses, os persas. Quero conhecê-los mais. Se pudesse saberia todos, ou pelo menos os prediletos, de coração, de cor. E também salteado. Com esse vício mutuo e lindo, quem sabe chegaremos lá?

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