quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Novena de Natal - 9º Dia.

Novena de Natal 2011                     

Acolhida:


Dirigente: Estamos reunidos em nome de Deus que é Pai e Filho e Espírito Santo.


Todos: Bendito seja Deus, Pai que nos reúne pela força do seu Espírito, no amor de Jesus.


Leitura do dia: Lucas 2,1-20


            Naquele dias, saiu um decreto do imperador Augusto mandando fazer o recenseamento de toda terra. O primeiro recenseamento feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade. Também José que era da família e da descendência de Davi, subiu a cidade de Nazaré, na Galiléia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Quando estavam ali, chegou o tempo do parto. Ela deu a luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.

Havia naquela região pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor os envolveu de luz. Os pastores ficaram com muito medo. O anjo então lhes disse:" Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria que será também a de todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura" De repente, junto-se ao anjo uma multidão do exército celeste cantando a Deus.

"Gloria a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos homens por ele amados!".

Quando os anjos se afastaram deles, para o céu, os pastores disseram uns aos outros: "Vamos a Belém, para ver o que aconteceu, segundo o Senhor nos comunicou. Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Quando o viram, contaram as palavras que lhes tinham sido ditas a respeito do menino. Todos o que ouviram os pastores ficavam admirados com aquilo que contavam.

Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração.

Os pastores retiraram-se louvando e glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que lhes tinha sido dito.

 Pontos para oração e partilha: 


- Deus “usa” a História humana para se fazer presente. 

- O dono da hospedaria, pastores, anjos, estrelas, luz, José, Maria...

  Com que, com quem me identifico naquela noite? 

- Meditar a vida no coração. Fazer da vida uma oração. 

 - Retirar-se, louvando e glorificando a Deus


Para aprofundar:                                         

O dia em que vi Deus - Frei Betto     

Natal é a "despapainoelização" do espírito.

É quando o coração torna-se manjedoura e, aberto ao outro, acolhe, abraça e acarinha.

Violenta-se quem faz da festa do Menino Jesus uma troca insana de mercadorias. Quantas ausências nesses presentes!

Em pleno verão, nos trópicos, o corpo empanturra-se de nozes e castanhas, vinhos e carnes gordas, sem que se faça presente junto àqueles que, caídos à beira do caminho, aguardam um gesto samaritano.

Ainda criança, em Minas, aprendi com meus pais a depositar junto ao presépio a lista de meus sonhos.

Nada de pedidos a Papai Noel.

No decorrer do advento, eu engordava a lista: a cura de um parente enfermo; um emprego para o filho da lavadeira; e a paz no mundo.

Meu pai insistia para que eu registrasse meus sonhos mais íntimos.

Aos 8 anos, escrevi: "Quero ver Deus".

Minha mãe ponderou: "Não basta Nossa Senhora, como as crianças de Fátima?".

Não, eu queria ver Deus Pai.

Nem imagens dele eu encontrava nas igrejas, que exibem, de sobejo, ícones de Jesus e pombas que evocam o Espírito Santo.

Na tarde de 25 de dezembro, meus pais levaram-me a um hospital pediátrico. Distribuímos alegria e chocolate às crianças, vítimas de traumas ou tomadas pelo câncer e por outras enfermidades.

Fiquei muito impressionado com um menino de 6 anos, careca.

Na saída, mamãe indagou-me: "Gostou de ver Deus?".

Fiquei confuso: "Só vi crianças doentes", respondi.

Então ela me ensinou que a fé cristã reconhece que todos os seres humanos são imagem e semelhança de Deus.

Por isso é tão difícil ver Deus.

Pois não é fácil encarar a radical sacralidade de todo homem e de toda mulher.

Aos poucos entendi que o modo de comemorar o Natal forma filhos consumistas ou altruístas.

E descobri que Deus é tanto mais invisível quanto mais esperamos que Ele entre pela porta da frente.

Sorrateiro, Ele chega pelos fundos, via um sem-terra chamado Abraão; um revolucionário, de nome Moisés;            um músico com fama de agitador, Davi; uma prostituta, Raab; um subversivo conhecido por Jeremias; um alucinado, Daniel; um casal de artesãos que, recusado em Belém, ocupa um pasto para trazer o Filho à vida: Maria e José.

No Evangelho de Mateus (25, 31-46) Jesus identifica-se com quem tem fome e sede, é doente ou prisioneiro, oprimido ou excluído. Aqueles que para os "sábios" são a escória da sociedade, para Deus são os convidados ao banquete do reino.

Desde então aprendi que Natal é todo dia, basta abrir-se ao outro e à estrela que, acima das mazelas deste mundo, acende a esperança de um futuro melhor.

Sonhar com um mundo em que o Pai Nosso transpareça na grande festa do pão nosso.

Pois quem reparte o pão partilha Deus.



Para rezar até o próximo encontro
A vida
                                                                                        

 Oração final: 

Senhor nosso Deus, que nos visitas assim, Menino.

Dá-nos aprender de vós a simplicidade

Que se faz brilho e beleza,

A fragilidade que se faz força e poder,

A serenidade que se faz ternura,

A quietude que se faz paciência



Transforma nosso coração em manjedoura

Que nossos braços e mãos possam ser, como os de Maria

Aconchego e cuidado com todos os meninos e meninas

De todas as idades, do mundo todo

Em especial os que nascem e vivem perto de nós



Que nosso olhar seja como o de José

Sereno e firme

Livre e confiante

Sabendo exatamente o que deve e precisa ser feito

Para o Natal, de verdade, acontecer.



Ilumina nosso caminho com o brilho da vossa estrela

Inspira em nosso coração a generosidade dos magos

A hospitalidade dos pastores

O calor dos animais que, na sua irracionalidade

Foram testemunhas silenciosas do milagre maior



Deus se fez um de nós

A eternidade vestiu-se de Tempo

O Todo Poderoso mergulhou em nossa limitada humanidade

E o Universo se fez Altar.



Diante da humildade do Presépio podemos vislumbrar em nós, com Ele

As centelhas de divindade que refulgem em nossa alma

Desde o Gênesis

Amém!

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Eduardo Machado/novembro de 2011

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