terça-feira, 9 de novembro de 2010

2º Dia da Novena!! Faça com a sua família! É lindo!

NOVENA DE NATAL 2010
- construindo o Presépio para acolher Jesus –
2° dia

Oração de Acolhida

Senhor nosso Deus, que nos visitas assim, Menino.
Dá-nos aprender de vós a simplicidade que se faz brilho e beleza,
A fragilidade que se faz força e poder,
A serenidade que se faz ternura,
A quietude que se faz paciência

Transforma nosso coração em manjedoura
Que nossos braços e mãos possam ser, como os de Maria
Aconchego e cuidado com todos os meninos e meninas
De todas as idades, do mundo todo
Em especial os que nascem e vivem perto de nós

Que nosso olhar seja como o de José
Sereno e firme
Livre e confiante
Sabendo exatamente o que deve e precisa ser feito
Para o Natal, de verdade, acontecer.

Ilumina nosso caminho com o brilho da vossa estrela
Inspira em nosso coração a generosidade dos magos
A hospitalidade dos pastores
O calor dos animais que, na sua irracionalidade
Foram testemunhas silenciosas do milagre maior

Deus se fez um de nós
A eternidade vestiu-se de Tempo
O Todo Poderoso mergulhou em nossa limitada humanidade
E o Universo se fez Altar.

Diante da humildade do Presépio podemos vislumbrar em nós, com Ele
As centelhas de divindade que refulgem em nossa alma
Desde o Gênesis

Amém!
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Meditação do segundo dia - Os magos: “Não há caminho. O caminho se faz no caminhar”

“Naquele tempo, homens que contemplavam estrelas vieram do Oriente em busca de um Menino... Mateus 2,1

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A escalada

Um grupo de turistas desfrutava o conforto de um hotel aos pés de uma belíssima montanha. A imponência e beleza da paisagem, o ar puro, o contato com a natureza, tudo era um convite a relaxar e aproveitar aqueles raros e preciosos dias de lazer e diversão.
Certa noite, todos ao redor de uma mesa de vinhos e queijos, boa música, conversa agradável, o guia do grupo fez uma proposta: escalar a montanha na manhã seguinte e, lá de cima, contemplar o cenário maravilhoso que ele já conhecia.
Alguns dos presentes imediatamente recusaram o convite. Preferiam o conforto do hotel, com sua piscina aquecida, a sala de jogos, TV a cabo, a ter que enfrentar o esforço e o incômodo de uma caminhada montanha acima.
Outro grupo, na verdade, um pequeno grupo, topou a parada, ou melhor, a escalada. Combinaram de acordar bem cedo, tomar um café reforçado, roupas confortáveis, um tênis velho de guerra, e, rumo ao pico!
Na manhã seguinte, o grupo se reuniu animado, e partiu, com o guia à frente.
Após uma hora de caminhada por trilhas estreitas, alguns já se mostravam arrependidos. Cansados, acostumados à vida sedentária, os primeiros desistentes resolveram retornar ao hotel, ao pé da montanha. Trocavam, assim, a aspereza das pedras, a aridez da trilha pelo conforto que haviam deixado lá em baixo. Consideravam que o custo benefício da empreitada não compensava tanto esforço. Os outros continuaram.
Depois de mais um período de marcha no qual a trilha foi ficando cada vez mais íngreme e difícil, pararam para um lanche. Foi então que um segundo grupo também viu esgotadas suas forças e disposição. Haviam alcançado um belo platô e chegaram à conclusão que ir até ali já estava de bom tamanho. Nem faziam questão de voltar logo. O lugar era aprazível, a vista bonita, a brisa suave, a relva macia, tudo convidava a relaxar e descansar.
Sentaram-se e decidiram ficar por ali mesmo. Deram-se por satisfeitos com o que já haviam conquistado.
Mas os restantes, na verdade bem poucos, não haviam perdido de vista o alto da montanha que vislumbravam, entre as nuvens. Reúnem força, coragem, ouvem a voz do guia que incentiva, dizendo que o esforço vai valer a pena, e seguem o caminho. O corpo clama por repouso, mas lá dentro, no coração, algo lhes diz: “É preciso chegar lá em cima, lá no alto. É preciso desvendar o mistério dessa montanha...”.
A trilha, agora, é quase um paredão de pedra. As mãos estão esfoladas, a respiração ofegante, o suor escorre pela testa. O pequeno grupo vai se fazendo cada vez mais compacto. Caminham próximos uns dos outros. Alguém estende uma corda que se transforma numa corrente em que cada um é um elo. Um escorregão e várias mãos se estendem, para ajudar, proteger, apoiar. Quase não há palavras, mas os olhos se dizem uns aos outros, o tempo todo: “Força. Você vai conseguir. Vai valer a pena. Estamos juntos nessa...”.
Movidos pelo desejo, o coração aos saltos, os “sobreviventes” chegam, enfim, ao topo da montanha.
A tarde cai. O sol inventa cores inimagináveis para pintar aquela paisagem inesquecível, enquanto mergulha lentamente na silhueta do horizonte longínquo recortado entre o céu e a terra.
O pequeno e ofegante grupo de homens e mulheres contempla, em silêncio, aquele espetáculo. Surpreendem-se quando se percebem de mãos dadas, numa outra corrente, espontânea e emocionada.
O guia tira da mochila um livro. É uma Bíblia. Folheia com calma suas páginas, sorri quando encontra o que procura. E lê:
“Senhor, nosso Deus, tua presença irrompe por toda a Terra! O Universo inteiro canta a tua glória. Quando contemplamos maravilhados este por do sol que prenuncia o céu estrelado e as noites de luar, quando mergulhamos o olhar na silhueta do horizonte, no desenho mágico das nuvens, quando silenciamos maravilhados sob as multidões de galáxias e pensamos que Tu criaste tudo isso para o Homem, nós nos perguntamos: que valor imenso temos nós, criaturas humanas, para merecer tanto carinho, cuidado e atenção.
Tu colocaste o Homem no centro da Criação como se ele fosse Deus. De honra e glória Tu o coroaste. Fizeste dele o senhor da Criação. Tudo está sob o domínio da sua inteligência. Os animais mais ferozes, os pássaros do céu e os peixes do mar, tudo, até as forças e mistérios da Natureza, as criaturas de todos os reinos, colocaste ao alcance da mão do Homem.
Tua presença, Senhor, irrompe por todo o Universo! Amém”.
E todos, num murmúrio quase imperceptível, repetiram:
“Tua presença, Senhor, irrompe por todo o Universo! “Amém”.
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Somos turistas na vida.
Por vezes comodistas, indiferentes, pouco dispostos a correr riscos, trocando a aventura da novidade e da surpresa pelas certezas de sempre.
Há os que, bem intencionados, mostram-se dispostos a dar alguns passos... mas, ao primeiro obstáculo e dificuldade desanimam e voltam ao ponto de partida. São esforçados, querem MAIS, mas se contentam com o MENOS. Pior, com o mais ou menos...
Há os que aceitam os desafios... até certo ponto. Colocam freios, condições e limites nos seus sonhos. Assim que se vêem numa situação cômoda, vantajosa, confortável, abrem mão de continuar. Acomodam-se, ficam pelo meio do caminho.
Mas há, e sempre há, os que não abrem mão do sonho, do ideal. Esses trazem nos olhos e no coração as fronteiras do mundo. Sua hora é agora, seu lugar é onde, seu tempo é sempre!
Para eles, a Vida se faz caminho no caminhar, em busca da verdade, na companhia da Fé, da Esperança e do Amor.
A Vida é ir cada vez mais longe, mais alto, mais fundo.
Neles, a Vida é MAIS, porque Deus é Mais!

Eduardo Machado
Novembro de 2010

Um comentário:

  1. Que lindo, me tocou o coração. Foi um grande prazer conhecer o Eduardo. Beijos

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