terça-feira, 30 de novembro de 2010

5º DIA DA NOVENA DE NATAL !!

NOVENA DE NATAL 2010
- construindo o Presépio para acolher Jesus –
5° dia

Oração de Acolhida               


Senhor nosso Deus, que nos visitas assim, Menino.
Dá-nos aprender de vós a simplicidade
Que se faz brilho e beleza,
A fragilidade que se faz força e poder,
A serenidade que se faz ternura,
A quietude que se faz paciência


Transforma nosso coração em manjedoura
Que nossos braços e mãos possam ser, como os de Maria
Aconchego e cuidado com todos os meninos e meninas
De todas as idades, do mundo todo
Em especial os que nascem e vivem perto de nós


Que nosso olhar seja como o de José
Sereno e firme
Livre e confiante
Sabendo exatamente o que deve e precisa ser feito
Para o Natal, de verdade, acontecer.


Ilumina nosso caminho com o brilho da vossa estrela
Inspira em nosso coração a generosidade dos magos
A hospitalidade dos pastores
O calor dos animais que, na sua irracionalidade
Foram testemunhas silenciosas do milagre maior


Deus se fez um de nós
A eternidade vestiu-se de Tempo
O Todo Poderoso mergulhou em nossa limitada humanidade
E o Universo se fez Altar.


Diante da humildade do Presépio podemos vislumbrar em nós, com Ele
As centelhas de divindade que refulgem em nossa alma
Desde o Gênesis


Amém!
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Meditação do quinto dia – “José”


“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. Foi a uma virgem prometida em casamento a um homem chamado José, que era desecentente de Davi...”
Lucas 1,26-27






José


Composição: G. Moustaki / Versão: Nara Leão
Interpretação de Rita Lee - (http://letras.terra.com.br/rita-lee/100812/)





Olha o que foi meu bom José
Se apaixonar pela donzela
Entre todas a mais bela
De toda a sua galileía
Casar com Deborah ou com Sarah
Meu bom José você podia
E nada disso acontecia
Mas você foi amar Maria
Você podia simplesmente
Ser carpinteiro e trabalhar
Sem nunca ter que se exilar
De se esconder com Maria
Meu bom José você podia
Ter muitos filhos com Maria
E teu oficio ensinar
Como teu pai sempre fazia
Porque será meu bom José
Que esse seu pobre filho um dia
Andou com estranhas ideias
Que fizeram chorar Maria
Me lembro as vezes de você
Meu bom José meu pobre amigo
Que desta vida só queria
Ser feliz com sua Maria


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Carta a um pai ausente


Sabe pai,


Está muito difícil fazer a travessia desse momento. Há tantas perguntas no meu coração que nem sei por onde começar. O que sei é que estou crescendo, aprendendo com a vida, e sinto sua ausência, sua distância. É que a vida começa a cobrar certas coisas das quais tenho medo, sinto-me inseguro de enfrentar sozinho.
Eu sei que não estou realmente só. Posso contar com muita gente que gosta mesmo de mim. Mas a solidão a que me refiro é diferente. É uma solidão que só a sua presença pode preencher. Não estou fazendo chantagem emocional, nem apelando para sentimentos que nem sempre tivemos tempo para cultivar. Estou abrindo meu coração para lhe dizer: ESTOU PRECISANDO DO MEU PAI.
Eu ainda guardo na memória a experiência de momentos que meus afetos não esqueceram. A imagem que guardo, mesmo que meio embaçada, é de uma pessoa com quem pude viver momentos e experiências que agora estão fazendo falta.
Outro dia, conversando com mamãe, senti nela muita aflição e angústia. Sei que ela quer me ajudar mas nem sempre sabe o jeito. Há certas coisas que é mais fácil e natural numa conversa de pai pra filho.
Admiro muito a mamãe, a coragem com que ela assumiu o desafio de nos educar, seu jeito exigente, às vezes explosivo, mas que, no fundo, só quer fazer de nós uma família inteira e feliz.
Não posso questionar a separação de vocês e nem tenho este direito. É um realidade que pertence a vocês, apesar de envolver a todos aqui em casa. Vamos ter que superar e reintegrar nossa história, mas, por enquanto, no meio disso tudo continuo eu, meio perdido, querendo encontrar certas respostas que sinto estarem guardadas com você.
Afinal, um ex-marido não precisa ser um ex-pai. Aliás, ex-pai acho que nem existe.
Sei também que a paternidade não é apenas um acaso biológico. Sei que existo por um ato de amor e é em nome deste amor que lhe escrevo esta carta com jeito de desabafo.
O que mais me dói é sentir que estou perdendo a oportunidade de conviver com você que ficou na minha lembrança em forma ternura, de um ser humano bonito e, hoje, é ausência e saudade.
É isto que estou buscando resgatar: o ser humano que se esconde na pessoa do meu pai ausente.
Fico triste ao constatar que não nos vemos há tanto tempo. Não é justo comigo nem com você. Podia ser diferente entre nós. Merecemos mais tempo e amor.
Quer tal ligar de vez em quando, convidar para sairmos, bater um papo, ir ao futebol, falar de coisas sérias, importantes e outras que não tem nada a ver, só pelo prazer de estarmos juntos.
Queria me sentir mais seu filho...
Queria que você se sentisse mais meu pai...
Ainda há tempo.
Que tal se nós...


Eduardo Machado

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