Acolhida:
Dirigente: Estamos reunidos em nome de Deus que é Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Bendito seja Deus, Pai que nos reúne pela força do seu Espírito, no amor de Jesus. Amém.
Leitura do dia: Gênesis 1,31; 2,1-4
E viu Deus tudo quanto fizera era muito bom. E fez-se tarde e a manhã, e foi o dia sexto. E assim foram criados acabados os céus e a terra, com todas as suas criaturas.
Ora, havendo Deus completado toda a obra que tinha feito, no sétimo dia descansou. Ele abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que criara e fizera.
Pontos para oração e partilha:
- Há, em todas as criaturas, uma bondade original
- Deus não tem pressa...
- O descanso é abençoado
Para aprofundar:
Nos bastidores do Gênesis
No Princípio existia o Poeta que mesmo sendo Verbo, antes mesmo das palavras, sonhou o Universo e, em meio ao caos, o traduziu em Luz E Deus descobriu-se Iluminador...
E da claridão vieram as cores e os sons. Entre o contorno das montanhas, preenchendo vales e abismos, as águas e jardins. Deus Pintor, Sonoplasta, Compositor, Arquiteto, Decorador, Paisagista...
E como Ele, Trindade, nunca foi solidão, se fez Roteirista e deixou fluir, enfim, o Verbo, a Palavra. E com ela o Diálogo. E, é claro, o palpite.
Foram muitas e muitos, dando à Luz sementes que explodiam em cores e vida, animais que se multiplicavam em criaturas mil, tudo transbordando de um Deus que, a cada um dos seis dias, se descobria recriativo artista.
Mas... em meio a tantas criaturas e sementes, faltava a platéia, as gentes. E Deus inventou novo talento: Escultor e Ceramista.
Do barro moldou a imagem de si mesmo E sobre ela soprou o bios; o vento da Vida.
No forno abrasador do seu amor cozeu o Homem. Que ao acordar do sono primeiro, sentiu-se só.
E da costela, bem perto do coração, Deus lhe deu Ela, a companheira.
E no palco iluminado da Vida, entre os aplausos da platéia admirada, nunca mais se ouviu falar em Solidão
Eduardo Machado
Para rezar até o próximo encontro
Salmo 8
Oração final:
Oração à Mãe-Terra
Com o Senhor aprendemos que toda esta terra é sagrada. Cada folha reluzente, as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do nosso povo.
Com os pés firmes na Mãe-Terra, podemos ouvir o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e sentir o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para nós, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar; animais, árvores e homens.
Com o Criador aprendemos que tudo que fere a terra, fere também os filhos da terra.
Aprendemos que nossos filhos merecem receber, em herança, a terra que recebemos de nossos antepassados, para que possam, eles também, transmitir aos seus filhos e aos filhos dos seus filhos o amor e o respeito por Gaia, a nossa Mãe-Terra.
Ensina, também, o homem branco a respeitar Gaia. A amar Gaia. A tratar Gaia como Mãe e Irmã, para que a sombra da morte não paire sobre nossas florestas e rios e as criaturas todas possam perpetuar o ciclo da vida.
O homem branco fala em progresso, mas não percebe que está criando, na verdade, um inferno para si mesmo e para todos os habitantes de Gaia.
Mas acreditamos que quando o último de nós tiver partido e nossa lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das cachoeiras, a alma do nosso povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe.
Assim, Pai, Mãe de todas as coisas, ensina ao homem branco a proteger e cuidar de Gaia como nós a protegemos. Que ele nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força e seu poder, e com todo o seu coração, aprenda a conservá-la para os seus filhos, e amá-la como Deus nos ama a todos.
Pois, uma coisa sabemos; o nosso Deus é o mesmo Deus.
E esta terra é querida por Ele.
E nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.
Amém! Anauê!
Texto de Eduardo Machado, inspirado em carta escrita pelo Cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1885
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Eduardo Machado/novembro de 2011
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