Acolhida:
Leitura do dia: Gênesis 2,18; 21-24
E Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada. Então o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez-lhe uma companheira e levou-a para junto do homem. Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.” Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.
Pontos para oração e partilha:
- Não é bom estar só
- Somos uma só carne
Para aprofundar:
Ainda que eu fale mais alto que todos em minha casa, fazendo calar as outras vozes, se não tenho Amor, sou como um sino ou campainha estridente, mas, solitário e inútil...
Ainda que eu fosse capaz de prever e programar tudo, organizando e colocando sob meu controle cada detalhe da casa, se não tenho Amor, sou pouco mais que nada...
Ainda que eu me sacrifique no trabalho, dedicando horas e horas de esforço para garantir mais conforto à minha família, se não tenho Amor, nada disso adianta muita coisa...
O Amor é paciente... Mesmo quando a rotina da vida familiar desgasta e exaspera, na monotonia dos erros e defeitos repetitivos e comuns, que conhecemos tão bem.
O Amor é prestativo... Não só com os ‘de fora’, os estranhos, os distantes. A relação familiar precisa da delicadeza, como as plantas, todos os dias, precisam do toque suave dos raios do sol.
O Amor não é invejoso, não se ostenta, não se enche de orgulho... Mas é capaz de encontrar alegrias improváveis, nas coisas e situações mais simples do cotidiano...
O Amor nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse... Ele é generoso, gratuito, de uma alegria quase infantil que brota, transborda e se espalha em cada gesto ou palavra...
O Amor não se irrita, não guarda rancor... Talvez esteja aí o maior desafio para o Amor. Mas ele supera seus próprios limites e é capaz de amar mesmo quando é impossível gostar. O Amor então se faz respeito silencioso, às vezes distante, um querer bem que ultrapassa qualquer mágoa ou desejo de vingança
O Amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade... pois a verdade liberta o amor e faz com que ele seja, sempre e mais, encontro...
O Amor tudo desculpa... Sem anotar nada “no caderninho” para cobrar depois...
O Amor tudo crê... Mesmo quando todas as portas parecem fechar-se. O Amor sempre encontra uma fresta por onde é possível vislumbrar uma faísca de luz chamada Esperança...
O Amor tudo espera... Pois um dos frutos do Amor é o bom humor, que prepara sempre um sorriso para depois da lágrima...
O Amor tudo suporta... Porque sabe que o insuportável mesmo é viver sem Amor
O Amor jamais passará... Pois o que É não passa. O Tempo do Amor é Sempre!
Um dia, o que não É, vai encontrar seu termo; profecias, conhecimento, a ciência da qual nos orgulhamos tanto, tudo desaparecerá. Frágeis como crianças, nos sentimos pequenos e desamparados...
Mas em nós há, plantada, uma semente de eternidade. Quem plantou foi o Amor.
Pacientemente ele esperou que a criança confusa que fomos deixasse de lado a fé infantil e, crescendo, buscasse o olhar maduro, profundo, sábio, que chega com a Vida Interior, cultivada nos silêncios do coração que chamamos de Oração...
Ainda assim, a Fé é como olhar por um espelho. Vemos de maneira oblíqua, confusa, às vezes distorcida. Conhecemos de maneira limitada.
Mas, um dia, verei face a face... Conhecerei como sou conhecido... Então não precisarei nem de Fé, nem de Esperança O Amor vai preencher todos os espaços, superar todos os limites.
E poderei dizer que já não sou eu quem vive...
Mas é o Amor que vive em mim.
Eduardo Machado
Para rezar até o próximo encontro
1Cor 13, 1-13
Oração final:
Senhor, nosso Deus, ensina-nos a discernir, nas nossas relações e afetos, o essencial do acidental. Ensina-nos a enxergar com clareza, ainda que por nossos olhos turvos e embaçados, o caminho do amor.
Ensina-nos a perdoar e reconstruir.
Ensina-nos, todos os dias, a abrir braços e corações para o essencial, para o que vale a pena, para o que alegra o corpo, a alma, a Vida.
Ensina-nos o mais importante, o essencial: o AMOR.
Amém.
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Eduardo Machado/novembro de 2011
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