terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um texto maravilhoso do nosso amigo Luizinho para os grupos usarem em suas reuniões de Natal.



O Natal é Deus renascendo em nós!   



        

                        Mais um ano está terminando. Novamente, graças ao bom Deus, estamos reunidos para celebrar o nascimento do Menino Jesus. Continuamos juntos, em meio aos males do nosso tempo, da pressa que nos atropela, do consumismo e do individualismo exagerados ou do descaso com a obra da criação. Ao longo do ano, é possível que muitos tenham visto o por do sol mais vezes na TV e na Internet do que admirado o espetáculo natural ao vivo - um milagre repaginado a cada dia, mas pouco concorrido, se considerarmos que, além de gratuito, destina-se a uma plateia de cerca de sete bilhões de pessoas no mundo todo. Dessas, poucas são capazes de se encantar. Grande parte é constituída por pessoas apressadas, estressadas, lutando para ganhar e desatinadas para gastar ou aprisionadas nas malhas de seus próprios problemas e interesses. Num certo sentido, pessoas desperdiçando o dom, porque, embora vivas, deixam escapar o melhor da vida...

                        O Natal nos convida a pensar, porque é tempo de reflexão, de pausa providencial, de balanço para que possamos avaliar o que estamos fazendo ou deixando que façam de nossas vidas... Se tivermos andado por trilhas estranhas, é tempo propício para retomarmos o único caminho que nos conduz à vida em abundância, o caminho estreito de Jesus Cristo.

                        Para nós, que cremos no Filho de Deus, a hora convida ao exame de consciência. Se verificarmos que nos afastamos do amor de Jesus, devemos reconhecer nosso pecado, porque o pecado consiste nisso, afastar-se de Deus. Para um cristão, isso é muito grave. Reconhecidas as nossas faltas, arrependidos, cabe o pedido de perdão, o retorno para o abraço do Pai e a retomada do caminho, com o propósito firme de acertar mais e de errar menos. Assim, livres do entulho espiritual pesado que tornava  a caminhada arrastada, revigorados pelo perdão de Deus, com o coração em festa, poderemos amar intensamente, buscando ser melhores do que fomos até agora, para a alegria dos que nos cercam. Não há dinheiro no mundo que possa adquirir essa condição. Somente uma atitude de fé amadurecida é capaz de alcançar esse estado de espírito.

                         Quando fazemos isso, estamos criando condições para que o Natal aconteça novamente, dois mil anos depois do fato histórico. Para que o milagre ocorra e permaneça, temos que permitir a Jesus renascer no nosso coração e tomar posse de todo o nosso ser, como único Senhor da nossa vida. Temos que nos tornar instrumentos em suas mãos, consentir que faça uso do nosso corpo, gestos, passos, voz, sentimentos, pensamentos, da nossa vontade, do nosso espírito e que interceda fraternalmente em cada relação que travamos com o próximo.  Saberemos que isso ocorreu quando formos capazes de compreender o que São Paulo queria dizer ao afirmar: “Eu vivo, mas já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim”.  Nesse momento, acontece o Reino de Deus ao nosso redor. Reacontece o Natal na nossa vida!

                        Para nós, que temos a graça de caminhar juntos, reunirmo-nos para celebrar o Natal tem um significado profundo. O encontro nos coloca frente a frente, para nos encorajarmos mutuamente como construtores do Reino. O desafio de bem cumprir a missão torna-se um jugo suave e leve quando alegrias e problemas são compartilhados e quando a oração é feita comunitariamente, para pedir, agradecer, louvar e adorar a Deus.          

                        Que o Natal deste ano seja um marco de tomada de consciência, de crescimento e de conversão sincera. Ao celebrar o Deus vivo, saibamos louvá-lo e agradecer-lhe por todas as bênçãos que derrama sobre nós, a começar pelo dom da vida. Graças que se sucedem na medida em que nunca nos falta o pão nosso de cada dia, nem a alegria própria dos que conhecem o amor verdadeiro, a fé e a esperança cristãs. Dos que reconhecem em Deus um Pai amoroso e bom.

                        Da manjedoura, o Menino Jesus nos lembra da alegria a que estamos renunciando ao trocarmos a simplicidade divina pela sofisticação do mundo. Por isso, tornarmo-nos o presente a ser dado a quem muito amamos é responder com sabedoria ao que o Menino nos ensina. Cada um de nós é chamado a ser um presente vivo, renascido na fé, renovado no perdão, encharcado de esperança, comprometido e disposto a amar até doer, como nos ensinou Jesus. Um presente humano, entusiasmado, exclusivo e muito desejado pelos que também nos amam. Celebremos o Natal cuidando de nos afeiçoarmos às coisas simples e de apreciarmos os acontecimentos cotidianos da vida, como o prazer de nos reunirmos em família, a alegria de uma prece comunitária ou o encantamento com o sol surgindo no horizonte, outro presente de Deus para nós, que se renova a cada dia e nos recorda a necessidade de também nos renovarmos todos os dias, ano após ano, a vida toda, para aquecermos, iluminarmos, brilharmos sempre!                 
                                                                                                                                                                            Luiz de Freitas - Natal/2012

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