sexta-feira, 30 de novembro de 2012

8º Encontro da Novena.



Novena de Natal 2012                                     8° Encontro
       “Andar com fé eu vou...”                                             Canto de Acolhida

Tocando em Frente

Almir Sater

https://www.youtube.com/watch?v=QNNwIsALb08


Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe,
Só levo a certeza, de que muito pouco sei,
Ou nada sei

REFRÃO         Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro, levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
REFRÃO
Todo mundo ama, um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, e no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
REFRÃO

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Leitura do dia – Tiago, 2,14-18 – “Fé em ação, ação de fé”

Meus irmãos: que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria então capaz de salvá-lo? Imaginai que um irmão ou uma irmã não têm o que vestir, que lhes falta a comida de cada dia; se então alguém de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos”, ou: “Comei à vontade”, sem lhes dar o necessário para o corpo, que adiantará isso?
Assim também a fé: se não se traduz em obras, por si só está morta.
Em compensação, alguém poderá dizer: “Tu tens a fé e eu tenho as obras!”. Então, mostra-me a tua fé sem as obras, que pelas minhas obras eu te mostrarei a minha fé!
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PARTILHA DA PALAVRA

Para aprofundar
A Fé e as obras
           
O Natal, mistério da Encarnação, revela, em Jesus, um Deus que se faz Homem, assume nossa História e coloca-se a serviço do projeto de libertação de cada pessoa humana. A Igreja, herdeira da missão de Cristo, deve ser, portanto, uma comunidade de serviço e a serviço.
O serviço ao próximo, em especial ao mais necessitado, é, portanto, consequência natural da fé cristã. Mas, que tipo de ação a Fé nos pede?
Adultos, alguns afastados a tempos da Igreja, passam por experiências de “conversão” via encontros de casais ou outros semelhantes, onde há um impacto inicial imenso.
Dose fartas de emoções vividas durante o Encontro, depoimentos, cartas de parentes, palestras impactantes, surpresas, e temos como resultado um grupo de pessoas com disposição para mudar o mundo!
Mas, passado o primeiro momento... se a semente não tiver tempo ou condições de estender suas  raízes em busca de seiva mais profunda, seca, morre, é devorada pelos passarinhos...
Jesus levou cerca de três anos ‘formando’ sua comunidade, estreitando os laços entre os homens que dariam início à caminhada da Igreja. Não foi muito feliz, no início. Foi preciso uma mãozinha do Espírito Santo, em Pentecostes.
Num grupo, dinâmicas de entrosamento, textos bíblicos e outros que facilitem a partilha de experiências de vida onde as pessoas se dão a conhecer, esses devem ser os primeiros passos de uma comunidade cristã.
Mas o essencial está na maior fonte de energia para a caminhada: a vida espiritual. Passado o entusiasmo do Encontro, é “preciso tocar em frente”. A vida interior, a experiência diária da oração pessoal, a vivência dos sacramentos, vão apontar a direção, o rumo. Daí vai surgir, naturalmente, a necessidade de conhecer melhor sua Religião, a Palavra de Deus, os mistérios centrais da fé cristã. E tudo leva à tradução natural da vida interior, o gesto de solidariedade, a prática da justiça, o serviço solidário.
Apesar disso, tenho visto muitos grupos atropelarem esses passos. Talvez pela necessidade de recuperar o tempo perdido, querem logo construir uma ação conjunta, adotar uma creche, visitar um asilo, arrecadar cestas básicas, ir a um hospital. Não poucas vezes, depois de um início cheio de entusiasmo, o grupo acaba por desanimar e se desfazer, sem que seus membros tenham tido tempo sequer de se conhecer melhor.
Há aqueles que usam o serviço solidário até como remédio para as crises do grupo. Se o clima é de desânimo, falta motivação, as reuniões estão monótonas, sempre parece alguém, super bem intencionado, sugerindo alguma ação como as descritas acima para sacudir o ânimo do pessoal, para dar um novo alento. Sem julgar intenções, que podem ser as melhores possíveis, mas ações desse tipo, além de frequentemente inúteis, podem também ser, de certa forma, cruéis. Podemos acabar ‘usando’ o idoso no asilo, a criança na creche, o mendigo na rua para aliviar as nossas próprias tensões e até sentimentos de culpa.
Num grupo de leigos, pode haver alguém com sensibilidade, jeito e paciência para lidar com idosos, outro com crianças. Um consegue manter a calma e a serenidade numa enfermaria de hospital, há quem não pode nem ver uma mancha de sangue...
Vincular todos os membros do grupo a uma mesma experiência ou ação de solidariedade, mais que um equívoco, pode ser até um desrespeito ao jeito de ser de cada um.
O grande espaço do serviço solidário, o lugar onde somos chamados a ser sinal amoroso e fraterno da presença de Deus, é o cotidiano em que vivemos. Na experiência familiar, no nosso trabalho, na relação com as pessoas conhecidas, próximo que está mais próximo...  é aí que devemos viver o nosso apostolado primeiro. E é onde é mais difícil...
É mais fácil ser caridoso com desconhecidos do que com aqueles que estão ao nosso lado, dividindo os desgastes do cotidiano.
Pode até ser que, uma vez ou outra, o grupo possa participar unido de um trabalho comum. Pode até ser que todos os membros tenham condição financeira para contribuir com a manutenção de uma entidade. Tudo isso é possível, mas será sempre um complemento. Um grupo de vida cristã reúne-se para partilhar uma caminhada de vida que, apesar da expressão social e comunitária, é pessoal.
Deus me conhece pelo nome. Ele me fez único, raro e precioso.
Fazer-me um ser humano cada vez melhor é o maior ato de fé, o maior gesto de solidariedade que posso oferecer à humanidade. O grupo existe para ajudar-me nessa construção.

Eduardo Machado

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Para rezar até o próximo encontro
João 6,35-40
Oração pessoal: louvar, agradecer, pedir, oferecer... (preces espontâneas)
Oração da comunidade

Senhor nosso Deus, que, por ser amor, quis ser Trindade, e que, por ser Trindade é, desde sempre, família; abençoa nossas famílias.
Abençoa a cada um de nós que faz essa caminhada.
Semeia em nosso coração os dons da fé, da esperança e da caridade. E que os frutos sejam abundantes na seara da nossa vida.
Ensina-nos a crer para ver. E que, vendo, tenhamos a coragem de testemunhar.
Abençoa a nossa comunidade e a cada um de nós, ensinando-nos a amar como nos amas, sem cobranças ou condições, a não ser o próprio amor. Amém!
Eduardo Machado/novembro de 2012

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